segunda-feira, 26 de abril de 2010

Conservação do Priolo em destaque em Vila Franca do Campo

As VI Jornadas pela Conservação do Priolo decorreram ontem em Vila Franca do Campo, organizadas pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) em colaboração com a Escola Básica e Secundária de Vila Franca do Campo. A edição deste ano destas Jornadas permitiu dar a conhecer os mais recentes avanços na conservação do Priolo e do seu Habitat.
As Jornadas pela conservação do Priolo realizam-se anualmente como parte das acções de sensibilização dos projectos de conservação desta espécie e do seu habitat. Este ano o evento contou na sua abertura com a presença do Director Regional do Ambiente, Dr Frederico Cardigos, e da Directora Regional dos Recursos Florestais, Eng Anabela Isidoro.

Destinadas a toda a população, o publico desta edição foi composto na sua maioria por dezenas de alunos de escolas de São Miguel.


O evento que contou com a apresentação de trabalhos realizados por diversas entidades foi uma boa mostra do trabalho realizado, não só em São Miguel mas em toda a Região, na recuperação e conservação do rico património natural açoriano.

Sendo as Jornadas pela Conservação do Priolo, a recuperação desta espécie foi um dos destaques do evento. O facto da população, actualmente estimada entre 500 a 800 casais, estar a aumentar nos últimos anos e a melhoria verificada no seu habitat, poderá brevemente levar mesmo a uma alteração do estatuto de protecção do Priolo para um menor nível de ameaça. Algo que para o Director Regional de Ambiente “é uma excelente notícia em ano internacional da biodiversidade, e um motivo de orgulho para os Açores”.

A recuperação verificada nos últimos anos na situação desta ave está intimamente ligada à recuperação do seu habitat, a floresta natural de altitude (a Laurissilva). Esta floresta foi alvo de uma acentuada redução e degradação desde o povoamento das ilhas açorianas, o que terá sido o principal factor que quase levou à extinção do Priolo. Uma das principais soluções para a recuperação deste habitat passa pela produção de plantas em viveiro para acções de replantação e reforço das populações naturais. Foram apresentadas nestas Jornadas alguns dos resultados obtidos pela Direcção Regional de Recursos Florestais e também no âmbito do projecto LIFE+ Laurissilva Sustentável. A Directora Regional de Recursos Florestais reforçou mesmo a aposta desta entidade no aumento da capacidade de produção de plantas nativas.

Foram ainda apresentados trabalhos relativos à intervenção para recuperação das turfeiras do Planalto dos Graminhais no âmbito do projecto Laurissilva Sustentável, bem como sobre os benefícios económicos e sociais da conservação deste património único, por exemplo através da promoção do turismo sustentável.

Para Azucena de la Cruz, da SPEA e coordenadora do Centro Ambiental do Priolo, “a realização anual destas jornadas desde 2004 é já um sinal da importância que a população cada vez mais dá ao Priolo e a floresta natural”. Espera-se, de acordo com os organizadores, que nas jornadas dos próximos anos seja possível continuar a dar boas notícias sobre esta espécie e que o Priolo deixe rapidamente de fazer parte das listas mundiais de espécies ameaçadas.

domingo, 11 de abril de 2010

As turfeiras...

O LIFE+ Laurissilva Sustentável tem como objectivo principal a recuperação e conservação a médio/longo prazo de dois importantes habitats que se podem encontrar na área montanhosa da parte oriental da ilha de São Miguel: a floresta natural destas montanhas e serras, conhecida por Laurissilva, e as áreas de turfeiras situadas no Planalto dos Graminhais.
Estas áreas extensas e planas que caracterizam os Graminhais situam-se ao longo dos limites dos concelhos do Nordeste e Povoação e assumem grande importância para estes dois concelhos. Não só pela sua beleza única e espécies de aves e plantas que por aqui se podem encontrar (como as narcejas e os diversos tipos de musgão) mas também pela sua importância para a manutenção e regulação do sistema hídrico desta região. A camada de musgo absorve a água das chuvas e, não só, amortece a sua força reduzindo os problemas de erosão, como actua como uma esponja libertado depois essa água de uma forma mais regular...

Infelizmente a sua degradação tem vindo a diminuir estas importantes características. A abertura de valas para drenagem das turfeiras, e mais recentemente a expansão de plantas invasoras como o Gigante destroem a comunidade de espécies que forma este habitat e gradualmente poderá levar ao seu desaparecimento.
Ao longo de 2009 já algumas acções foram executadas e outras estão a ser preparadas para que as turfeiras dos Graminhais venham a recuperar a sua beleza e função.




Controlo de frutificação de Gigante em 2009